Fraudes com Billeteras Multisig: Como Proteger-se

Pontos Chave

  • As carteiras multifirma requerem múltiplas autorizações antes de executar uma transação, proporcionando camadas adicionais de proteção tanto para indivíduos como para organizações.
  • Os golpistas desenvolveram esquemas sofisticados aproveitando estas carteiras, sendo a rede Tron um alvo frequente
  • Uma tática comum consiste em enganar os usuários dando-lhes acesso limitado a uma carteira fraudulenta, induzindo-os a transferir fundos para cobrir taxas de rede
  • A prevenção efetiva requer manter informações sensíveis confidenciais, evitar recuperações de terceiros e ser cauteloso com aplicações não verificadas

Introdução

As carteiras multifirma tornaram-se uma ferramenta valiosa para equipes de trabalho e usuários que buscam segurança reforçada em seus ativos digitais. No entanto, os fraudadores também encontraram maneiras criativas de explorar essa tecnologia para obter acesso não autorizado a criptomoedas. Esta análise examina os mecanismos por trás dessas fraudes e fornece estratégias concretas para evitá-las.

Compreendendo as Carteiras Multisig

Uma carteira multifirma (multisig) é um tipo de armazenamento de ativos digitais que requer várias chaves privadas para autorizar transferências. Funciona de maneira semelhante à autenticação de dois fatores, mas a nível de blockchain. Podem ser configuradas com diferentes esquemas: duas de três chaves, três de cinco chaves, etc.

Este modelo é frequentemente comparado a cofres de segurança física que exigem várias chaves simultaneamente. Organizações autônomas descentralizadas (DAO), joint ventures e fundos familiares adotam regularmente esta estrutura para salvaguardar seus recursos.

O atrativo inicial da multifirma reside na sua segurança inerente. No entanto, os agentes maliciosos identificaram vulnerabilidades na forma como os usuários interagem com elas.

Mecanismos de Fraude com Multifirma

O Engano Fundamental

A estratégia básica é relativamente direta: os golpistas convencem as vítimas de que têm acesso completo a uma carteira de criptomoedas quando na realidade apenas têm acesso parcial. Essas mensagens enganosas aparecem regularmente em plataformas como YouTube, X, Telegram e redes sociais semelhantes, frequentemente apresentando chaves privadas ou frases secretas aparentemente válidas.

Variações Sofisticadas

Existem esquemas mais complexos onde se pede aos usuários para converter suas carteiras existentes em multifirma, adicionando o fraudador como coproprietário. Uma vez estabelecido este controle, os fundos ficam bloqueados ou são subtraídos diretamente. Esses ataques frequentemente utilizam técnicas de phishing, com impostores fingindo ser representantes legítimos de serviços de atendimento.

A Armadilha de Comissões

Uma das táticas mais prevalentes é consideravelmente mais simples e não requer que as vítimas revelem frases de recuperação. Em vez disso, explora a urgência financeira dos usuários.

Exemplo prático em Tron:

Considere uma carteira multifirma que contém 2,022 USDT (token TRC-20) na rede Tron. Quando uma vítima tenta transferir esses fundos, descobre que a carteira não possui TRX suficiente para as taxas de transação. Aqui começa o engano: a vítima é persuadida a enviar TRX para o endereço do fraudador supostamente para pagar tais taxas.

Os utilizadores desprevenidos, motivados pela avareza, rapidamente depositam criptomoedas para pagar as taxas de rede. Depois descobrem a realidade: não conseguem executar nenhuma transação porque a arquitetura de múltiplas assinaturas requer várias assinaturas autorizadas simultaneamente. Embora possuam uma das chaves privadas, isso revela-se insuficiente.

Análise Técnica em Tron

Ao examinar endereços de carteiras multifirma em exploradores como TronScan, observa-se que a conta utilizada para atrair vítimas é controlada por um endereço principal diferente. A arquitetura do Tron permite personalizar permissões com base em ponderação: a conta principal retém “permissão de proprietário” completa, enquanto a conta isca possui funcionalidades limitadas.

Escala de Perdas Potenciais

As vítimas deste esquema de comissões tipicamente perdem quantias modestas representadas pelos fundos que enviaram para pagar taxas. No entanto, as fraudes multifirma mais refinadas que envolvem conversão de carteiras podem resultar em subtrações significativamente maiores das poupanças digitais do utilizador.

Estratégias de Defesa Integral

1. Proteção de Credenciais Críticas

Nenhuma organização legítima jamais solicitará suas chaves privadas ou frases de recuperação. Estas devem ser guardadas em locais seguros e nunca compartilhadas, sob nenhuma circunstância. Este é o princípio fundamental de segurança em criptomoedas.

2. Verificação de Fontes de Software

Baixe carteiras exclusivamente de distribuidores oficiais e verificados. Existem inúmeras imitações fraudulentas de wallets populares. Antes de instalar qualquer aplicativo, valide cuidadosamente a URL e confirme a legitimidade do fornecedor.

3. Auditorias Periódicas de Acesso

Os utilizadores com configurações de múltiplas assinaturas devem rever regularmente quem possui autorização sobre as suas carteiras. A maioria das plataformas permite inspecionar permissões na configuração. Qualquer signatário não reconhecido deve ser removido imediatamente. Da mesma forma, revogue permissões de aplicações descentralizadas que já não utiliza.

4. Adoção de Armazenamento Frio

As carteiras de hardware são dispositivos físicos que mantêm criptomoedas desconectadas da internet. Mesmo que alguém comprometa a sua configuração de múltiplas assinaturas, não poderá mover fundos sem a confirmação física do dispositivo de hardware.

5. Ativação de Autenticação Multifator

A maioria das plataformas de intercâmbio e fornecedores de carteiras oferece autenticação de dois fatores (2FA). Ativá-la adiciona camadas de proteção contra acesso não autorizado.

6. Formação Contínua em Segurança

O panorama de ameaças em criptomoedas evolui constantemente. Novas táticas de fraude emergem regularmente. Manter-se informado sobre ameaças emergentes e melhores práticas constitui uma defesa proativa essencial.

7. Sistemas de Alerta Integrados

Alguns fornecedores de carteiras incorporaram funções que alertam quando são detetadas configurações potencialmente perigosas. SafePal e Trust Wallet, entre outros, mostram avisos quando os fundos estão bloqueados em estruturas multifirma suspeitas.

Conclusão

As carteiras multifirma oferecem segurança robusta quando implementadas corretamente, mas os fraudadores aperfeiçoaram técnicas para explorá-las. Desde tentativas de phishing até enganos sobre comissões de transação, compreender como operam essas fraudes é fundamental para a proteção pessoal.

Desenvolva hábitos defensivos: proteja suas chaves privadas, audite regularmente quem acessa suas carteiras, verifique links antes de clicar e desconfie de ofertas que parecem boas demais. Com vigilância constante e informações atualizadas, você pode usar tecnologia de múltiplas assinaturas de forma confiante, evitando ser vítima de fraude.

Aviso legal: Este conteúdo é fornecido apenas para fins informativos e educativos, sem garantias de qualquer tipo. Não constitui aconselhamento financeiro, legal ou profissional. Consulte profissionais qualificados antes de tomar decisões de investimento. As opiniões expressas são apenas do autor e não refletem posições institucionais. Os ativos digitais apresentam volatilidade; os investimentos podem resultar em perdas totais. Você é o único responsável por suas decisões de investimento.

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