Estrela belga Bergs garante uma vaga na terceira ronda à medida que a retirada de Draper aumenta o fundo de prémios

Zizou Bergs avançou inesperadamente para a terceira ronda do US Open sem sequer entrar em court. O nº 5 do mundo, Jack Draper, que estava agendado para enfrentar o jogador belga no encontro da segunda ronda de quinta-feira, retirou-se devido a uma lesão no braço, concedendo a Bergs uma passagem automática para a próxima fase por walkover. Este foi o primeiro caso deste tipo na prova de singulares masculinos este ano.

A retirada teve consequências financeiras para Bergs. Originalmente, previa-se que ele ganhasse $154.000 ao chegar à segunda ronda, mas o jovem de 26 anos agora pode receber pelo menos $237.000 por avançar mais um pouco — uma quantia extra de $83.000 sem precisar de jogar uma bola. Se vencer o seu próximo jogo contra o 31º cabeça de série Gabriel Diallo ou Jaume Munar, os seus ganhos podem atingir os $400.000.

Marco na Carreira em Contexto

Para Bergs, atualmente classificado em 48º lugar mundial, isto representa um avanço significativo. A sua presença na terceira ronda marca apenas a segunda vez que chega a esta fase num grande torneio. Anteriormente, tinha atingido o mesmo marco no Roland Garros há doze meses. Antes de chegar a Nova Iorque, Bergs tinha acumulado $850.786 em prémios ao longo de 26 anos de carreira profissional, com um total de prémios ao longo da vida de aproximadamente $2,3 milhões.

O contraste entre o seu ranking mundial e esta oportunidade financeira evidencia uma realidade fundamental do ténis profissional. Jack Sock, o jogador americano mencionado no cenário inicial, exemplifica como os eventos de Grand Slam funcionam como fontes de rendimento essenciais para profissionais de ranking médio que raramente têm acesso a prémios tão elevados noutros momentos do calendário.

Distribuição de Prémios Recorde

O campeonato US Open de 2024 introduziu uma distribuição de prémios sem precedentes, tornando-se no primeiro torneio de ténis a distribuir $90 milhões em compensação total aos jogadores. Os ganhos do campeão aumentaram para $5 milhões — um aumento de 39 por cento em relação ao ano anterior, quando Jannik Sinner e Aryna Sabalenka receberam cada um $3,6 milhões.

Maximilian Marterer, ex-jogador do top-50, já tinha destacado a importância destes pagamentos: “Os Grand Slams representam as principais oportunidades de receita para jogadores fora da elite. Este financiamento oferece uma segurança essencial para despesas operacionais — taxas de treino, deslocações e custos de instalações.”

Perspetiva da Indústria sobre o Crescimento dos Prémios

Novak Djokovic, campeão de 24 Grand Slams e defensor da Professional Tennis Players Association, reconheceu o progresso, embora assinalasse desigualdades persistentes. Após a sua vitória na terceira ronda contra o americano Zachary Svajda, Djokovic afirmou: “Isto representa um movimento numa direção construtiva. É encorajador ver que os Grand Slams demonstram compromisso em expandir a distribuição de prémios em todos os níveis de competição.”

No entanto, Djokovic moderou o otimismo com a realidade. “Se isto constitui uma solução ideal, é discutível. Há espaço substancial para avanços contínuos.”

Ele destacou o ecossistema comercial mais amplo que influencia a economia dos torneios. “Os desportos contemporâneos operam dentro de estruturas altamente comerciais. Os Grand Slams geram receitas significativas por si próprios. Quando os torneios aumentam os prémios, geralmente o fazem em paralelo com o aumento das receitas. Além disso, as pressões inflacionárias merecem consideração nestas discussões. No entanto, este desenvolvimento representa, indubitavelmente, um impulso positivo para os atletas profissionais.”